quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Inteligência e Semântica

Quem sou eu para dar palestra ou escrever um texto, sequer um P.S. sobre o assunto "inteligência"? Sendo algo que atinge uma tamanha complexidade, e que é relativo em sua estrutura. Na verdade, o texto não é sobre a solidez da inteligência, mas exatamente sobre suas flexibilidades. Esta, por si só, abrange diversas ramificações, que podem ser chamadas mesmo de inteligência ou obter nomes próprios, o que acontece por exemplo dentro do meu raciocínio. Inteligência, conhecimento, instrução. Há quem veja diferenças singelas entre essas três expressões. Há quem não veja diferença alguma. E há os que, como eu, vêem uma diferença imensuravelmente significante. Mas não enxergar a diferença entre eles, é absolutamente natural. São três ferramentas muitas vezes homogêneas e que, quando juntas à primeira vez, não se separam quase nunca mais, consequentemente deixando imperceptíveis as diferenças entre si. Pois bem - Definição de raciocínio: ato mental ou processo de pensamento necessário a um tipo de conhecimento mais mediato e que permite passar de conhecimentos já adquiridos para conhecimentos que se pretendem alcançar. Conhecimento. O conhecer significa descobrir, buscar, estudar, saber sobre. Porém, o conhecimento sem o raciocínio se faz plenamente inútil. Estudamos sobre algo, pesquisando em livros, enciclopédias, sites na internet.. Ou seja, fontes já existentes, pois somos leigos nesses determinados assuntos e precisamos buscar recursos que nos possibilitem conhecê-los. Todavia, livros, enciclopédias e internet muitas vezes divergem em diversas opiniões sobre assuntos variados. Seja por correntes que defendem pontos de vista, outras que não apoiem tanto, e outras que divirjam em todos os sentidos. Assim, o conhecimento se torna vago. Quando você usa o processo de raciocínio, que é atrelado ao fenômeno da inteligência, esses elos se encaixam, fazendo dos assuntos vazios muito mais interessantes, pelo simples fato de que você juntou as peças até chegar enfim a uma conclusão. Conhecer, apenas, não é o bastante. O conhecimento é apenas um meio para chegar à inteligência. Para o cérebro trabalhar em busca de novos aprendizados, necessitamos usar os sentidos perceptivos afim de que os sons, visões, gostos e odores se misturem e formem opiniões concretas dentro dele. O ser humano é a maior máquina já inventada, que comporta capacidade única de lógica e raciocínio; afinal, é o que nos difere das outras espécies animais, com qualidades também peculiares a eles que nós, por nossa vez, não possuímos. O que eu quero dizer com isso tudo é que, uma pessoa não é inteligente pela quantidade de livros que já leu, ou por quantas fórmulas matemáticas sabe de cabeça. Ela é apenas culta. E sem saber usar tudo que aprendeu, esse conhecimento se esvai em fração de segundos. Experimente conversar com um matemático sobre 1ª Guerra Mundial. O seu conhecimento é padronizado a saber fórmulas, números, contas, algoritmos, logaritmos... E não datas, conferências e conflitos internacionais. Evidentemente, não generalizo a classe, pois há um número consideravelmente grande de pessoas inteligentes no mundo. Não só o mercado de trabalho, mas a vida exige inteligência e sagacidade, hoje. Não basta saber tudo. É preciso saber usar tudo aquilo que você sabe. Inteligência é interagir sobre diversos assuntos sem precisar conhecer cada canto deles. É lógica. É ler um texto na prova de Língua Portuguesa e conseguir encontrar ali pedaços de química, física e biologia. A inteligência é um misto de conhecimentos que você adquire ao longo do tempo e põe em prática à medida que as partes do seu cérebro vão encontrando necessidade. Respondendo à pergunta inicial: não sou ninguém, em se tratando de falar sobre a inteligência de forma genérica. Mas sou plena, e principalmente única pra falar sobre a minha inteligência. Que me permite por exemplo, captar todas as percepções que tive ontem, hoje, as que provavelmente terei amanhã e mixar com o que já existe no meu HD externo da mente nesse tempo de vida num compacto de palavras inteligíveis. Perceba que viramos gênios incríveis quando desenfreamos a falar de assuntos sobre os quais conhecemos, ou achamos que conhecemos, ainda que seja pouco. É extremamente confortável conversar com pessoas que estão inseridas em nossa zona de conhecimento mental, pois, além de discutir opiniões, tiramos dúvidas e adquirimos cada vez mais conhecimento. E a tendência é esse processo cada vez mais crescer. É uma troca interminável de discussões, argumentações, pensamentos e por fim, conclusões. A visão futurista disso tudo, no meu processo de raciocínio, é a humanidade evoluindo numa escala calculadamente proporcional de troca de conhecimento. Pessoas mais cultas, contagiando pessoas menos cultas. E tornando-se pessoas cada vez mais inteligentes. O meio hipo perdendo pro meio hiper. E assim sucessivamente.