quarta-feira, 9 de março de 2011

09/03/11

Hoje é meu aniversário de 18 anos e 364 dias. É tão estranho porque, em todos os anos, essas dezoito vezes, no dia que antecede o meu aniversário eu fiquei e continuo ficando absorta em meus pensamentos. Talvez porque automaticamente eu fique ansiosa pro dia 10 e faça uma retrospectiva das coisas que fiz com a idade anterior da que estou em vistas de fazer. E isso é patético pois, afinal, é passado - mas em contrapartida, necessário. Filtrar as coisas boas dos dezoito anos e tentar esquecer as ruins para repetí-las aos dezenove, vinte, vinte e um, talvez seja uma ótima idéia. É meio desconfortável pensar que é meu último dia com dezoito anos. Sabe? Eu nunca mais na minha vida terei dezoito anos depois do dia de amanhã. Não sei se é mais fácil deixar do jeito que está, superficial, ou me aprofundar nessa angústia e entender o porquê disso tudo. Pode ser que eu lembre de alguma coisa que queria fazer aos dezoito anos e não fiz. Pode ser que eu me arrependa de algo que fiz. Pode ser que eu caia num abismo infindável de querer voltar no tempo para desfazer ou fazer algo. Mas pode ser que eu me surpreenda com como eu fui feliz nesses 364 de início de maioridade. Tenho que assumir o risco do pensamento, pois minha mente não me dará uma segunda chance. No momento em que eu mergulhar no dia onze de março de dois mil e dez em diante, não poderei mais voltar atrás e esquecer tudo outra vez, pois estou exatamente me forçando a lembrar de tudo. Voltar atrás muitas vezes é uma falta de inteligência tremenda, se aconteceram coisas muito dolorosas em seu passado. Apesar de necessário pois todo nosso conhecimento se constitui através do tempo, que vira passado a cada segundo, é muito triste ter que voltar a alguns fatos que nos aconteceram no pretérito. No meu caso, no tocante à 'fatos tristes', não tenho tantas lágrimas assim a derramar. Das coisas piores que aconteceram, tirei alguns proveitos que me serviram para, nessa renovação 18-19, eu não apenas envelhecer, mas crescer, em sentido próprio. O envelhecimento é triste. O crescimento é altamente satisfatório. Quando você com os anos, amadurece, se torna extremamente prazeroso fazer cada vez mais aniversários e cada vez mais adquirir cabelos brancos. Porque não são mais marcas de cansaço ou rugas de expressão. São marcas de aprendizado. Quando você amadurece, você não envelhece mais. Claro que na matéria, sim. A lei da gravidade atua, a melanina vai se esvaindo com o tempo.. Mas, se você é jovem de espírito e coração, isso se torna muito fácil de administrar e até mesmo de se compreender. E é isso que eu sinto, com o passar dos anos. Dizem que essa sensação só dura, para mulheres, até os trinta e cinco anos. E sinceramente, discordo. Me vejo perfeitamente comemorando com todas as alegrias, discursos e velinhas os meus quarenta e oito anos de idade, por exemplo, com a maior satisfação possível. As pessoas que vivem comigo me fazem querer viver mais. E mais. E mais. Porque me demonstram a cada dia a beleza de ser eu, e de tê-las ao meu lado. A cada ano, tenho que agradecê-las imensamente por essa sensação incrível que é conviver ao seu lado. Descobri agora que, fazer 18 anos e 364 dias é a melhor coisa do mundo. Mas talvez amanhã, no dia 10, fazer 19 anos será ainda melhor. E talvez no dia 15, fazer 19 anos e 5 dias será uma sensação indescritível. Quero ter essa vontade de viver pra sempre.. Aos 19, 35, 60, 90.. Até o dia em que eu possa achar incrível a sensação de deixar todos esses anos para trás, lembrando de como minha vida foi intensamente aproveitada. Obrigada, vida. 19 vezes obrigada.