quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sensibilizando

A cada dia. A cada hora. A cada amanhecer e a cada pôr-do-sol. Sensibilidade, ao contrário do que muitos (lê-se a maioria) pensam, está muito longe de ser sinônimo de fraqueza. Ser sensível significa estar vivo. Nossa alma é um depósito de emoções diárias que se transborda de sentimentos através das lágrimas, a melhor forma, junto com o silêncio, de se expressar taxativamente. As lágrimas purificam nosso ser. Sejam elas de felicidade, de satisfação. Ou de tristeza. Ou de raiva. É como se nosso coração fosse um jardim, e as lágrimas fossem a chuva que o mantém vivo, florescendo, iluminado. As lágrimas de alegria colorem as flores; as de tristeza, levam embora as folhas secas caídas pelo chão. Me orgulho do meu coração derretido. Faço questão de regá-lo periodicamente, sem vergonha de me sensibilizar até com uma criança que passa e me dá um sorriso de presente. Há quem banalize o sentido da sensibilidade por ter medo de enfraquecer. Enfrentar a vida com lágrimas nos olhos é de se orgulhar. Porque, debaixo de qualquer temporal de tristeza, você não vai fechar seu coração. Ainda que uma onda de coisas ruins passem na sua vida, seu jardim vai continuar sendo cuidado por você. Quem não sensibiliza, endurece o coração. Cristaliza nele uma série de sentimentos negativos, uma monte de folhas secas que se acumulam e fazem o jardim do coração secar. E, ironicamente, quanto mais rígido é o coração, mais fácil ele é de se quebrar. Experimente partir no meio uma folha saudável e uma folha seca, e observe qual das duas é mais sensível à agressão. Pois bem, ter medo da sensibilidade é uma estupidez sem fim. Se você se arrepia com uma música, se você chora vendo o mesmo filme pela quinta vez, se você se desequilibra da cabeça aos pés quando briga com seu pai, se você sente frio na barriga quando relê uma carta bonita, se você fica vidrado no olhar de um cachorro na rua... Você está vivo, de fato. Sua sensibilidade vive girando em torno de todos os seus ossos, e você vive essa vida com intensidade. Continue permitindo que sua alma transborde a cada dia... Seja sensível a ponto de perceber quando você precisa ficar sozinho, quando um amigo precisa de você. Sensibilize-se até sentir falta do que ainda nem perdeu, percebendo quanta saudade essas coisas vão lhe deixar um dia. Chore, sorria, grite, chore de novo, flexibilize-se, sensibilize-se. Se deixe transbordar. Seja forte sempre, e se preferir, seja sensível sem usar as lágrimas. Mas pode ter certeza que elas estarão ali para te ajudar quando você precisar. Nunca se esqueça que um órgão vital dentro de você necessita de cuidados pra te manter vivo, muito além dos termos médicos. Cuide dele com todo carinho do mundo, você só tem um.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Metas para 2012

É realmente curioso vermos uma perspectiva de melhora tão distante do presente. Por que, de verdade, precisa existir um motivo especial, como a passagem do ano, para que nosso espírito se anime a mudar? "Projeto Carnaval 2010", "Lista de Metas para o Ano que Vem"... Coisas desse naipe são típicas de depois do meio do ano. A verdade é que essa espera pela melhora devia ser menor. Melhor que do que menor, deveria ser inexistente. Não existe porquê esperar pra ser melhor, pra ser maior, pra ser mais forte. Esse desejo devia ser urgente. Já passou da hora de abrirmos os olhos pra enxergar quantas coisas ruins existem, e como a nossa parte no todo pode auxiliar uma evolução generalizada. A busca pela melhora, a revolução das expectativas ascendentes deve ser DIÁRIA. É bastante nítida e verdadeira a dificuldade desse pedido.. Os problemas são crescentes, e a solução dos mesmos parecem cada vez mais distantes, nos desanimando a acordar com vontade de melhorar, a cada dia. O discurso de desânimo é quase sempre igual. "De que adianta eu emagrecer, engordar, estudar, melhorar, piorar, melhorar de novo, cair, levantar (...) se ninguém vai notar?". Agora, a pergunta que não quer calar: Por que alguém tem que notar? Basta que você acredite na sua melhora, na sua perseverança, no seu querer. E quando você se notar, você perceber que mudou, você perceber que vem acordando disposto a ser cada dia melhor, o mundo vai te olhar com outros olhos. Pode ter certeza absoluta disso. Deixar pro ano que vem, pro carnaval, pro Natal ou seja lá pra quando for, é uma estupidez completa. Abra os olhos, todas as manhãs, querendo ser mais belo, mais forte, mais culto e mais feliz. A cada dia, a cada noite. Isso dá movimento à aquiescência que muitas vezes a vida traz... Pra que esperar trezentos e sessenta e cinco dias pra virar seu mundo de cabeça pra baixo? Não precisamos ser iguais todos os dias. Não precisamos nascer preconceituosos e morrer assim. Nem precisamos nascer conformados e morrer assim. Amanhã ou depois, com um pingo de esperança, você pode perceber que a cor da pele pouco importa e que a falta de questionamento à vida torna nossas mentes cada vez mais atrofiadas. Isso não é obrigatório, é claro. Podemos viver oitenta anos da mesma vida como imbecis, vestindo sempre os mesmos estilos de roupa, acomodados com o nosso ser cristalizado. Mas, se quiser um conselho de alguém que tem pensamentos retardados que não têm absolutamente NADA a ver com a verdade... Mude. Renove-se, inove-se, questione e não deixe nunca de lembrar de não se acomodar com a sua falta de conhecimento sobre algum assunto, com aquela gordurinha que te incomoda ou com aquela pequena discussão que você teve ontem com seu chefe. A acomodação é o primeiro sinal de que você está deixando a vida te levar, sem ter domínio sobre ela... E se eu tivesse que fazer um pedido a você, seria exatamente que você se agarrasse à vida como quem agarra um amigo verdadeiro que não se vê há anos. Porque a vida, é isso. Sua eterna e melhor amiga. Você só tem a ela... O seu carro não é seu, nem a sua cama, nem as suas roupas, nem as suas opiniões petrificadas e imutáveis. Você só tem a vida. Por isso, faça valer a pena cada dia dela, pra que no último dia em que fechar os olhos, a sua retrospectiva seja das melhores possíveis. Comece por mudar agora.