quinta-feira, 17 de maio de 2012

Cumulus Nimbus


Que venha devagar e sempre
Se em cada gota traga uma imensidade de sonhos bons
Ou ruins, se traga junto a estes esperança para seguir em frente
O barulho da nostalgia acalme cada coração agitado dos belos dias ensolarados
Que roubam toda beleza que há de se ver também nos pingos gelados dessa precipitação
Lavando almas, renovando ciclos
Desmoronando vidas e reerguendo pensamentos
Quando leva embora a luz e deixa só a insossa escuridão
Ao mesmo tempo cheia de vazios preenchidos com idéias claras
Que não se tem vez de pensar enquanto nossos olhos iluminados estão.

Não é de bom grado se ausentar tempo demais
Já que tudo o que vem do céu há de ser sagrado
Se as nuvens já não carregam tua água vital
É certo que o sol alegrias pressupõe
Quando um céu azul anima manhãs em massa
E a escuridão ao acordar aflora desgosto no levantar
Por entre lençóis e travesseiros
Lamenta-se a presença dos pingos firmes e ligeiros
Saibamos tão lindas serem as coisas agraciadas pelos raios do sol vindos
Mas que nos seja fácil perceber a beleza deste conjunto de lágrimas que caem do céu
Aliviando nuvens e fazendo brotar tantas flores que dependentes lhe são.  

Tanto quanto seja possível um dia claro em sol
Ser desbotado pela incessante queda das moléculas vítreas
Dessa substância essencialmente viva
Possível seja reconhecer a atuação pluviométrica
No presente que nos é concedido ao posterior deste espetáculo descrente
A etérea beleza dos arco-íris
Tão frágeis que se vão sorrateiramente
Apenas para nos lembrar de lembrar
Que não há de se ver sempre a faceta do raio que destrói
Mas por vezes o lado bom da chuva que cai
Onde a beleza se encontra desmeteorologicamente
Dentro de cada um que queira vê-la florescer
Independentemente se a chuva, o vento, o sol
Faz viver, faz brotar, faz amar, faz morrer.