quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Preferencialmente Essencial

Quando ouvimos falar na palavra essência, em seu sentido próprio, entendemos como o núcleo de algum determinado assunto. A essência é o assunto, propriamente dito, em sua origem de importância. Até quando nos referimos à essência de um perfume, esta significa sua marca principal, seu núcleo na forma dita sobre a sua essência em si. E na verdade, muitas das vezes, não damos importância ao que realmente existe de essencial. O núcleo e a principalidade das coisas às vezes tornam-se superficiais em detrimento do que deveriam, e acabam tomando uma forma não tão importante, quando na verdade, é a única coisa que de verdade importa. O essencial da vida, não é quanto você ganha, quanto você perde, quanto você chora. O que realmente importa, é o quanto você se alegra com as coisas que faz com quanto você ganha, os benefícios que suas perdas te trazem, a quantidade de coisas que você aprende com as suas lágrimas. O essencial está escondido por trás do aprendizado. Por trás da felicidade que ele te traz, e por trás de todas as coisas que ele te proporciona. Os fatos que nos ocorrem, em sua superficialidade, enchem nossa cabeça com coisas que pouco ou nada nos acrescentam, e tomam nosso tempo, um tempo que poderíamos estar aprendendo mais e mais, de forma a nos deixar indignados, tristes, cabisbaixos. E o essencial, com certeza não é esse. O que realmente importa não é quanto tempo você fica preso no trânsito, no caminho do trabalho, e sim a boa vontade que você tem de se deslocar todos os dias do recanto do seu lar, pra ir ganhar a vida de uma forma digna. Não importa quão seja difícil a sua faculdade, e se suas notas não vão bem, o essencial é que você todos os dias acorda com mais vontade de melhorar, e aprender. Eu sei, essas duas últimas frases podem parecer um pouco hipócritas. Mas sério, não deveriam. Se colocássemos na ponta do lápis quanto tempo passamos tentando arranjar uma culpa pra colocar em alguém quando alguma coisa de ruim acontece, ficaríamos com ódio de nós mesmos. Porque a culpa, ela não é essencial. Pra que nos isentarmos dela e simplesmente depositar nossa raiva/tristeza/insatisfação em alguma coisa ou em alguém que não a tenha, realmente? E fazemos isso. Infelizmente, acontece em períodos diários. Ao invés de tirarmos proveito do ocorrido e pegarmos pra nós o que ele tem de bom, nos preocupamos em achar desesperadamente alguém que tenha culpa, porque é bem mais cômodo fechar a cara para o problema, do que remar contra a maré e tentar achar o lado bom da coisa, pra tentar, a partir daí, procurar a essência que forma o acontecimento. Mais uma vez, é mole na teoria, mas na prática não é bem por aí. Somos humanos, feitos de carne, osso, e apesar de coração, há uma série de malícias que aprendemos com o tempo, que nos protegem (ou pelo menos achamos assim) de certas coisas, usamos os nossos erros como uma capa protetora para que estes não aconteçam mais, e com o tempo, começamos a desconfiar demais das coisas, e ao contrário do que deveria acontecer, nos vemos saturados de certas coisas e estas nos machucam com mais facildade do que antigamente. A essência do aprendizado se perde, o essencial se torna superficial, e mais uma vez, perdemos nosso tempo com o que não importa na verdade. Devemos a cada dia, encarar os fatos com outros olhos, olhando de fora, como se pudéssemos deixar o nosso corpo e subir a um nível onde possamos ser imparciais o suficiente pra enxergar as coisas com clareza. A essencialidade é por fim, vista, e daí aproveitamos o que aquilo tem de bom pra nos oferecer. Eu sei, é um emaranhado de informações, mas não é tão difícil quanto parece. Afinal, o essencial não é a dificuldade, mas sim os artifícios que você usa pra entender que a dificuldade em si, é só mais um obstáculo, como outro qualquer, e que você tem capacidade suficiente para passar por ele, com a cabeça erguida, enxergando sempre o melhor que a essência das coisas que, sendo boas ou ruins, têm a lhe oferecer.

2 comentários:

  1. Concordo com tudo,
    e também vem aquela coisa do feio por fora e bonito por dentro e vice versa..
    é até cômico o modo de como as pessoas muitas vezes não se dão conta disso, até eu ás vezes.

    Bom, gostei.
    Abraço

    ResponderExcluir
  2. Essencial é ser feliz, acima de qualquer coisá,é também encontrar algo admirável em cada um pois todos temos algo único, essencial é ver como você cresce a cada dia, desenvolvendo sua criatividade e dando um pouco de luz e sensibilidade a todos nós com teu toque de maestria! Te amo.

    ResponderExcluir