quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nada

De que adianta serem lindos os jardins, se assim não os vejo? De que adianta coloridos serem os arco-íris, se para mim torna-se preto e branco tudo à minha volta? Não importa se minhas palavras se encontram num laço de alegria e gentileza, elas são secas e tristes por dentro, ao falar de você. De que adianta tentar me enganar, tentar sorrir, tentar não chorar, se a dor invade meus pensamentos quando vem à minha cabeça a certeza do nunca mais? Não adianta ter tudo nessa vida, amigos, músicas, fotos, sonhos realizados, risadas engraçadas .. Os dias se tornam iguais e vazios sem você aqui. Preciso, quero, necessito. Como o ar que eu respiro, se torna essencial essa presença impossível de você ao meu lado. A vida me jogou de um abismo quilométrico ao saber que outra pessoa toma meu lugar agora, pra nunca mais deixar que eu volte... E seu coração nem se lembra mais que um dia eu existi, de forma que caio por fim nesse abismo a não mais voltar, deixando tudo pra trás. A dor toma conta não só desse órgão pateticamente sensível e infelizmente necessário, pois se não o fosse arrancaria-o de mim, mas de todos os outros que me compõem, tornando meu corpo apenas escravo de toda essa dor que no fundo, eu fiz por onde sentir. Mereço sentí-la. De uns tempos pra cá já não dói mais, decorrente do costume, do hábito. Tenho me sentido bem, no fundo, muito profundamente. Como toda dor que de tão forte se anestesia por si só, essa se torna pífia comparada a outras dores maiores como a certeza de que nunca mais te terei ao meu lado. A certeza de que você não vai voltar. Nunca. Nunca mais. Nunca mais vou ouvir suas palavras doces ao telefone nos momentos difíceis. Nunca mais vou sorrir contigo, simultanemente. Nunca mais, da mesma coisa. Nunca mais vou sentir teu abraço caloroso e em seguida um 'eu te amo'. Nunca mais sentir teus lábios nos meus, numa dança sistematizada onde a melodia é o nosso amor. Nunca mais minha alma te sorrirá, e meu coração. Jamais outra vez. Não adianta me enganar. Eu não te esqueço e nunca vou, até meu último suspiro de adeus, que talvez possa estar chegando perante tanta dor que torce esse coração até a última gota, sem deixá-lo sequer escolher se ainda prefere viver, ou deixar esse corpo que já não é nada, sem tuas mãos pra tocá-lo, seus braços pra abraçá-lo, e seu amor pra protegê-lo. É apenas objeto. Vazio, oco, descolorido, sem alma, sorriso, coração, e principalmente, amor.

4 comentários:

  1. É apenas objeto. Vazio, oco, descolorido, sem alma, sorriso, coração, e principalmente, amor.

    (:

    to seguindo

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  2. nossa, voce escreve esses textos sozinha??
    parabensss!! bom demais!
    vou passar a conferir sempre ahhaha
    =))

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  3. hahahahaa .. escrevo sim !! =)
    obrigaada, confere sim
    beijão

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  4. achei lindo, de uma profusão estonteante, sincero, de fácil entendimento, boa escrita e bom gosto;
    finalizou muito bem, só vê se sai dessa melancolia, porque você é a flor chamada alegria no meu jardim ! =D

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