segunda-feira, 30 de agosto de 2010
De corpo e, principalmente, alma
Entregar-se. É um ato que devíamos praticar diariamente, em todas as nossas atitudes. Todas mesmo, desde o beijinho de bom dia, até às mais esforçadas horas de estudo e trabalho. A dedicação é de suma importância para fundamentar com exatidão as coisas que devemos que fazer; Quando passamos a fazer as coisas não só expondo em força nosso corpo, nosso lado físico, e sim concomitantemente nossa alma e coração, as coisas se tornam mais fáceis e até gostosas de serem feitas. Quando por exemplo, exercemos a profissão que gostamos, é muito prazeroso até mesmo acordar cedo para ir trabalhar. E não só isso, a má vontade é um empecilho e tanto para nossa felicidade em relação à rotina. Costumamos não gostar de ir pra escola, não gostar de acordar cedo, não gostar de trabalhar. Contudo, quem foi que disse que essas coisas precisam ser feitas sem um belo de um sorriso no rosto? Acordar cedo nem sempre precisa ser um martírio, muito menos, trabalhar e principalmente (no meu caso), estudar. Sabe quando comemos uma comida saborosa e alguém diz que é porque foi feita com amor? É disso que estou falando - quando nos empenhamos a fazer algo, mesmo que não dê certo, a sensação de ver aquilo pronto, dá gosto. Porque nesse caso, temos ao menos o consolo de que, apesar dos apesares, tentamos. E não só tentamos:dedicamo-nos, em cada minuto de nossa tentativa. Isso é taticamente animador para nossas próximas atitudes; Quando vemos que se entregar de corpo e alma em alguma coisa vale tanto a pena assim, nos sentimos com mais vontade ainda de nos fazê-lo, e assim sucessivamente. Portanto, tudo o que for fazer, faça com vontade, faça com a alma. Tire a força de bom espírito de dentro de você e pratique todos os seus atos com a maior boa vontade que conseguir. Estimula as outras pessoas a fazerem também as coisas com maior afinco, e principalmente, melhora sempre a qualidade das coisas que você se propõe a fazer. Mesmo. É um brilho incrível que emanamos quando temos a oportunidade de entregar nosso coração a algo que estamos realizando - além de o resultado ser maravilhoso, nos sentimos felizes pela nossa capacidade de fazer algo tão bem. Então, pense duas vezes na hora de xingar até a oitava geração da sua professora quando ela lhe mandar fazer um trabalho. Apenas olhe para si, e acredite que você consegue. Logo após, faça tudo com a mais pura luz da alma. Ilumina, clareia os caminhos pelos quais você vai percorrer a qualquer fase de sua vida, e torna mais fácil a despreocupação com os obstáculos que você vai enfrentar durante sua caminhada, em que muitas vezes você vai ter que realizar coisas contra a sua vontade, que se tornarão de plena facilidade e leveza, se você lembrar-se sempre de assinar no final junto ao seu nome, a participação especial dessa parte tão única de você, que se chama alma, e que por conseguinte, te proporciona algo incrível, cuja coisa costumamos apelidar de dedicação.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Até a piada, eles nos roubaram
Mais um absurdo político pra nossa coleção ... O legislativo, nos bastidores, é quase sempre obrigado a suprir as exigências dos políticos. Aliás, quase todos nós. Precisamos sempre mover nossos pauzinhos para nos enquadrar nesse padrão tão absurdo constituído pela política nacional. Novidade: políticos também têm sentimentos! Que lindo. Agora não podemos mais rir às custas deles. Às custas das promessas ridiculamente incumpríveis que eles fazem questão de nos fazer acreditar a cada época de eleição. E o pior de tudo é que nós acreditamos, algumas das vezes. Alguns políticos conseguem manter a cara lavada de honestidade, e nós acabamos finalmente doando votos para quem mais uma vez, não merece. Só tem um pequeno problema. Eles esquecem que algumas de suas campanhas eleitorais são realmente grandes piadas. E mais engraçado ainda do que a campanha, é a dificuldade imensa de pôr em prática aquilo que nos foi dito, e as caras perplexas que aparecem após o término das eleições. Confiamos, acreditamos, perseveramos. Porque infelizmente, a saída é essa. É obrigatório votar. Afinal, o Brasil é tão democrático que não podemos abrir mão da democracia: somos obrigados a votar isonomicamente, a não ser por algumas exceções previstas na lei. No entanto, ficamos às vezes sem muitas opções de candidatos. É claro, não quantitativamente. A qualidade prática principalmente, nos afasta de qualquer ânimo em relação a votar. Votamos na cunhada da nora da tia da nossa prima porque ela precisa de uma força; Lembrando que essas não são citações genéricas, as pessoas que têm o mínimo de senso, conseguem fazer uma forcinha pra tentar prestar atenção nas propostas políticas e votar com pelo menos uma gota de consciência. Contudo, mais uma vez infelizmente, a maioria da população não age assim. E há duas (para mim) explicações irrefutavelmente notáveis: a falta de educação estrutural pela maioria populacional, e em principal, a falta de interesse pelo assunto política. E é natural demais. Isso nos foi imposto, como todo mundo deve ou deveria saber. Essas maçantes propagandas políticas são propositais. Ou você acha que os políticos realmente querem que entendamos do assunto para protestar ou agir contra? Os que tentam fazer isso são rapidamente censurados, impedidos. E é disso que esse texto trata. A Lei 9.504 do ano de 1997, impede TV e rádio de ridicularizarem candidatos em campanha. Agora me respondam: aonde fica a Liberdade de Imprensa? E principalmente, a Liberdade de Expressão? Com certeza, eles conseguiram uma liminar, mais uma vez, para protestar contra nós, os vilões da história. Os humoristas, que são os únicos que tentam nos abrir os olhos de certa forma no tocante aos absurdos ditos pelos políticos que muitas das vezes são ininteligiveis a nós, mortais (não políticos), são censurados. São obrigados a calar a boca em função do respeito à eles. E eles merecem respeito? Se não respeitam à nós, a nossa sociedade, às nossas esperanças, às nossas esperas, eles não merecem respeito algum. Respeito é utilizar os anos de mandato para cumprir os projetos, para tentar ajudar nas melhoras do nosso país. Respeito é deixar que nos expressemos e falemos mesmo tudo o que pensamos. Porque, afinal, fazer tudo por baixo dos panos é muito fácil. Quando ninguém sabe o que acontece atrás da cortina, fica fácil convencer todo mundo de que tudo é feito na mais pura honestidade, apenas em prol de desenvolver cada vez mais nosso país. Alguns deles devem achar graça em si mesmos. Não é possível. É cansativo ter sempre que aturar a mesma coisa, de votar acreditando em uma mínima melhora, e não ter resultado algum. Vai chegar o dia em que os candidatos ainda vão guardar pra época das eleições um pingo de dignidade. Vai chegar o dia em que os projetos sejam finalmente postos em prática. Vai chegar o dia em que não seremos mais explorados financeiramente por eles, sem ver aonde nosso dinheiro vai parar. Vai chegar o dia em que eles investirão na saúde, segurança e educação de nós e de nossas futuras crianças. Vai chegar o dia em que as pessoas terão o mínimo de senso para concordar que nossos políticos precisam pelo menos de uma ficha limpa para se manterem dignos em seu cargo. Vai chegar o dia em que as palavras 'política' e 'corrupção' não se encaixarão na mesma frase. Só Deus sabe quando vai chegar. Enquanto não chega, o que nos resta é dentro de nossas própria palavras, seja em vídeos, textos, cartas, expressar nosso intenso pesar pela sociedade brasileira, que fica nas mãos sujas desses ícones da corrupção. E principalmente, torcer juntos para que a situação não piore, até que esse dia chegue...
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Sem querer, três lágrimas
Hoje, 19/08/10, quinta-feira, mais ou menos às 10:00 h da manhã, rotina básica de acordar, tomar um banho e ir pra faculdade. Não muito rotineiramente hoje, em função do mau-humor que me abraçou de madrugada em meu pesadelo, e só me largou depois de um fato muito interessante do meu dia. Levantei, fiz tudo que costumo fazer, desci, dei bom dia à vovó, dei bom dia pros três cachorros mais lindos desse mundo, e caminhei em direção ao ponto de ônibus, pois, apesar do mau-humor, restava um pouco de paciência para andar um pouco e tentar espairecer, ao invés de desistir de sorrir e pegar um táxi. Geralmente o mínimo de contato que tenho com pessoas na rua consegue destituir meu mau-humor transformando-o apenas em sono, o que já é um grande passo. Então eu fui... A aula começava às 10:20, e dava tempo ainda de caminhar devagar. Acordei hoje meio pensativa, meio filosófica. Muito perceptiva. Muito mesmo. Reparando cada coisa que aconteceu do caminho do meu portão até o ponto de ônibus. O quão volúvel minha cadela consegue ser em menos de cinco minutos, quando late feito louca ao ver um bichano passando na rua, e como abaixa as orelhas graciosamente quando sente minha mão fazendo carinho. Percebi o quanto é interessante fazer tanto sol e mesmo assim, minhas pernas tremerem de frio. Quanta peculiaridade há no mundo, quantas características diferentes configuram cada coisa ao nosso redor. Bom, resumindo essa parte do caminho, esperei o ônibus, e quando este chegou, nele entrei. Fui a primeira, e tive a oportunidade de ver todas as pessoas da fila entrando, podendo mais uma vez reparar em cada uma delas. Umas sorriam porque hoje finalmente fez sol e elas puderam de uma vez tirar o casaco. Outras carregavam a mesma cara amassada de sono que eu, e pude perceber que nem bom dia para o motorista elas deram. O ônibus foi andando, parando em cada ponto, e pessoas dos mais diferentes jeitos iam entrando. Comecei a reparar na minha camisa quadriculada em preto, branco e mostarda, em como as pessoas deviam me olhar também com aquela cara de sono dentro daquela camisa enorme, ou no meu esmalte vermelho-melancia, ou no habitual pacotinho de M&M's de chocolate branco que eu tinha aberto devia fazer uns 5 minutos. Comendo um por vez e reparando como são bonitinhas aquelas coisinhas coloridas e tão gostosas, entrei num momento de êxtase quando ao mesmo tempo, senti o gosto do chocolate, senti o sol batendo no meu rosto, e o mais importante: vi um casal de velhinhos entrando juntos no ônibus. Eu tenho uma síndrome louca de paixão por velhinhos. Especialmente os casais, acho que é porque sonho com isso. Ambos agasalhadinhos, em meio àquele sol, apesar do frio. Ela carregava uma bolsa, e ele também; isso dificultou um pouco a passagem pela roleta, mas para eles parecia fácil, porque estavam juntos. Se ajudaram, e passaram com facilidade. Ver os dois juntos e tão felizes me encantou, e tive a sensação de que conseguia ver o filme da vida deles passando na minha frente. Pareciam estar juntos há pelo menos uns cinquenta e poucos anos, e passado isso, ainda eram tão transparentemente felizes. Pensei em quantas coisas passaram juntos, em quantas tristezas, quantas perdas. Mas lembrei também de quantos momentos lindos tiveram a oportunidade de compartilhar, e conseguia ver tudo isso em um filme em preto e branco, imaginando-os com aquelas roupinhas que se usava antigamente; Então, o ônibus estava um pouco cheio, porém havia lugares separados. Aparentavam ter, os dois, uns oitenta anos, aí o motivo de minha maior emoção. A velhinha sentou-se, e esperou para ver onde ele se sentaria. Ninguém levantou porque havia lugares vagos em outros bancos. No entanto, ele não sentou. Ficou ao lado dela, de pé, apenas para ficar perto, mesmo que estivesse desconfortável. Fico imaginando que ele tenha consciência de quão ancião ele já é, então queira aproveitar cada segundo que ainda tem do lado de sua amada. Ao ver sua atitude, dei um sorriso, o primeiro do dia, e senti uma gota caindo em minha mão próxima à boca levando mais um M&M. Sem sentir, emocionei-me a ponto de fazer brotar uma lágrima, e de tão natural que foi, só percebi quando senti aquele pinguinho caindo em minha mão. Então, eu que tentei sentar o mais longe possível de todo mundo pois não estava afim de demonstrar sinais de simpatia hoje, me levantei e ofereci o lugar aos dois. Toda atrapalhada com o pacotinho de M&M's, dois cadernos na mão, a bolsa e o celular, levantei me segurando, e ainda com lágrima nos olhos, fui oferecer-lhes o lugar. Eles saíram de onde estavam e lá foram os dois, se ajudando para não cair, sentar juntinhos, um perto do outro. Ver os dois juntos e sorrindo me fez tão bem, mas tão bem, que se necessário fosse teria ido de pé na frente deles só para ver aquela cena tão linda. Eu não conseguia parar de olhá-los. Foi incrível, um momento único. Eles conversavam entretidamente, e pareciam nem lembrar que já eram tão velhinhos e infelizmente debilitados. A alegria era notória em seus olhos pequeninos, afogados em sua conversa que parecia tão interessante. Ainda sem conseguir despregar meus olhos daquela situação, e sem conseguir tirar o sorriso do rosto, fiquei ainda mais emocionada quando o velhinho tirou seu casaquinho de lã e passou em volta das costas dela, a fim de protegê-la do vento oriundo de outra janela. Ela se voltou para ele e sorriu, expressando o mais puro amor e gratidão. Suas mãos enrugadinhas entrelaçaram-se, e então recostaram-se no banco e seguiram viagem. Quando consegui voltar ao meu planeta, estava quase passando do ponto, então me levantei rápido, e mais uma vez atrapalhada me dirigi à porta do ônibus. Quis dar uma última olhadinha. Quando passei perto deles, olhei bem ao fundo dos olhos dela, e quis aquele olhar pra mim. Transmitia paz, felicidade, satisfação, amor, plenitude. A segunda lágrima caiu quando ela me sorriu, transmitindo ainda com mais efetividade a gratidão por eu tê-la ajudado a passar mais dez minutinhos ao lado do amor de sua vida. E pude nessa hora olhar tão fundo nos olhos dela que consegui ver ali meu futuro, minha felicidade daqui a alguns sessenta e poucos anos. Desci do ônibus com um aperto enorme no coração... Queria poder ficar ali, admirando. Queria saber pintar, pois faria um quadro daquela cena. Ou talvez uma foto. Qualquer coisa que me fizesse lembrar com clareza uma das coisas mais lindas que já tive a oportunidade de ver. Meu mau-humor se foi, pelo menos parcialmente, quando percebi que não havia motivos de estar assim já que tenho tanta estrada ainda para viver, com coisas tão bonitas de se ver. Fui caminhando em direção à faculdade e sorrindo para cada pessoa que me olhava. Acho que hoje fui tachada de retardada. Mas não importa, afinal... O mais incrível foi na terceira lágrima, que caiu quando consenti à mim mesma a promessa de nunca mais esquecer desse dia.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Literalmente, uma questão de tempo
São inúmeras as vezes em que ouvimos falar a palavra tempo em um dia. Na rua, no telefone, na televisão, nos jornais, revistas... Pode ser tempo de chuva, de sol, de vento. Um minuto, um dia, um mês, um ano. Alguém já parou pra se perguntar há quanto tempo existe o tempo? Se tudo gira em torno dele, como pode ele ter um começo, ou um fim? As indagações são infinitas quando pensamos nesse assunto como um todo, apesar de ser algo tão simples e tão fácil de falar sobre. Um dos conselhos que mais ouvi em minha vida, e acredito que a maioria de nós, é o bom e velho: "Relaxa, isso é questão de tempo". E acho que foi o que mais me serviu e o mais verdadeiro de todos, por mais que pareça meio piegas, ajuda a confortar-nos diante de situações complicadas no que diz respeito ao processo de nos acostumar com alguma coisa. Bom, eu costumo dizer que só há um remédio tão eficaz quanto o sorriso: o tempo. E aprendi isso pelos métodos mais empíricos possíveis. Hodiernamente, de tanto eu ouvir esse conselho ao longo destes dezoito anos, cinco meses e oito dias, sinto-me mais confortável e paciente perante o fato de que tudo leva um tempo para acontecer. Eu tinha um problema sério de desacreditar na eficácia das coisas em função de sua demora, e por muitas vezes nem experimentava por achar que não dariam resultado; de uns tempos para cá mudei, não sei bem o porquê. Mas com certeza, alguma coisa de muito diferente aconteceu. No entanto, a maioria das pessoas fica estagnada no tempo, ou tem medo do tempo. Medo que outro tempo volte, medo que esse tempo passe. Naturalíssimo. Temos esse medo. Por mais que tenhamos que ficar relaxados em função do 'tudo passa', precisamos entender que o tempo leva menos de um segundo pra passar. Menos de um milésimo de segundo. Na verdade, não leva nada. Quando menos esperamos ele já passou... E aí temos aquela sensação de 'Nossa, o Natal já é semana que vem?!', porque não damos tempo à nós mesmos. O tempo vai passando, passando, nos carrega pela mão e a gente nem sente... Ao nos dar conta disso, nossa infância passou, a adolescência, a fase adulta; E aos 50 anos, geralmente, resolvemos lamentar pelo tempo ter passado 'tão rápido'. É o que acontece com a maioria de nós, e o que temos a fazer é evitar que aconteça. Evitar que aconteça no tocante à dar tempo ao tempo, deixar que o tempo nos dê tempo. E principalmente, nos permitir ter tempo para nós mesmos. Parar um pouco de nos preocupar com todos à nossa volta, e lembrar sempre da pessoa que mais importa (ou pelo menos deveria) para cada um de nós: nós mesmos. E esse tempo é fundamental para todas as decisões, os cuidados, as atitudes... Tudo que nos envolve precisa de tempo. Por isso, aprenda a dar tempo aos outros, para que ganhe também o seu tempo. Aprenda que o tempo, por mais que seja algo tão comum, é uma das partes mais importantes de você; se não separar pelo menos 10 minutos do seu dia para si, acaba se esquecendo que o tempo passa a cada segundo... Cada hora que você esquece de você, é uma hora a menos que terá no futuro para aproveitar. Separe um tempo para si. Para se cuidar, para se amar. Para descobrir quem é você; Descobrir o que você mais gosta de fazer, o que te faz sorrir, seus medos, seus sonhos. Pode ser que, quando parar para fazê-lo, nem conheça realmente as pecinhas que constituem essa escultura maravilhosa que você é; E isso, como todas as outras coisas importantes da vida, leva tempo ... Mas, se você não se permitir esperar para ver o resultado, nunca vai descobrir realmente a falta que o seu tempo faz, e talvez quando perceber quando tempo desperdiçou por ocupar-se com os tempos alheios, já tenha passado tempo demais... E aí já não terás mais tempo suficiente nem para pensar em quanto tempo desperdiçou fazendo coisas que não eram de seu pleno interesse, mas já não haverá jeito. Portanto, não deixe passar mais tempo. O tempo mais importante que existe é o que envolve principalmente, você. Faça chuva ou faça sol, em um dia ou um milênio, sempre o tempo mais importante é tempo que você resolver chamar de seu.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Afinal amar, nunca é demais
Afeição profunda a outrem, a ponto de estabelecer um vínculo afetivo intenso, capaz de doações próprias, até o sacrifício. Dedicação extrema e carinhosa. Apego, carinho, ternura. Cuidado, zelo. Amor, amar. Amantes, amásias, amores. Como é difícil falar de algo tão complexo e delicado como o amor; tão simples, tão comum .. E ao mesmo tempo tão cheio de mistérios e detalhes. O amor não tem um significado próprio, uma definição que possa explicá-lo. Até porque, não precisamos entendê-lo, pois quando o sentimos, somos dominados por uma sensação única que nos tira o fôlego a ponto de nos roubar o oxigênio do cérebro e nos impedir que pensemos em tamanho sentimento tão forte. E é fácil saber quando amamos. O amor de uma forma geral é um fenômeno incrível pelo qual todos os seres da raça humana têm proximidade um dia; todos nos apegamos por algo, e esse apego se torna tão imenso que acaba se transformando com o tempo, em amor. Alguns amores não precisam de tempo - como os amores materno e paterno, cujo sentimento já vem entranhado em nossas veias desde o momento da fecundação, por mais que não tenhamos ainda nem corpo formado, somos banhados de amor desde já, visto que todos nos aguardam na maior ansiedade e carinho possível. Portanto, se é algo tão comum, por que não há explicação? É fácil notar que nos textos que escrevo, deixo no ar milhares de perguntas. Tento, à minha maneira, explicá-las em relação ao que penso. Posso conseguir explicar para mim, mas para muita gente, sei que não funcionam as explicações por diversas vezes. Essa pergunta, excepcionalmente, é uma das que não me proponho a tentar responder; Só fico guardando-a na cabeça para o dia que conseguir expressar em palavras esse sentimento de brilho tão forte que é o amor. Quando o afeto transborda do seu ser e você percebe que nada é tão belo quanto distribuir amor por aí. E a partir disso você não precisa de tempo nem espaço para amar - você ama cada cachorro que passa na rua e te faz sorrir, cada casal de velhinhos passeando, cada coisa emocionante que você vê. Você passa a ser tomado pelo amor de forma que não consegue mais fugir dele, e nem quer. É quando sentimos aquela vontade de ajudar aos outros, de puxar as pessoas para perto de nós, sem medir proximidade ou tempo de convivência, você apenas as ama. Independente de sua história, de seus erros: afinal, você não está no lugar delas para julgar portanto, se estão realmente erradas. Poucas pessoas têm o dom de amar profundamente tudo à sua volta. Em nossa maioria, nós, seres humanos, achamos hipocrisia dizer 'te amo' com pouco tempo de convivência. No sentido figurado, até está certa essa afirmação. Mas no aspecto sexual. De homem pra mulher e vice-versa. Porém, de pessoa à pessoa, não há exigências para o amor. Você pode amar alguém que conheceu há dois dias apenas por admirá-lo, pelos seus feitos, pela sua história. Pode-se amar alguém que nem conhece. Que já se foi. Que ainda virá. Não são necessários grandes esforços para que o amor floresça, é apenas preciso entregar-se à ele, de modo que ele consiga tomar conta de cada minuto de sua vida, de cada centímetro do seu coração. O amor não está ligado à relação direta que as pessoas têm umas com as outras; ele é caracterizado por uma ligação de uma alma à outra, sem escalas. Isso pode demorar para acontecer, ou não. Então, não fiquemos acanhados de amar. Amar cada coisa, dizer que ama, mesmo. Sem falar de efusividade ou hipocrisia, são coisas não participantes no amor. É um sentimento incondicional, portanto não possui nenhum pré-requisito para que aconteça. Visto isso, quando sentires vontade de abraçar um amigo novo e dizer que o ama, faça. Quando sentir aquele aperto no coração, aquele frio na barriga e seus olhos encherem-se de lágrimas e juntamente com isso você quiser ligar para seu amado(a) para dizer apenas 'te amo', faça. Quando ganhar um elogio, um presente, um beijo, um abraço tão forte que sentir vontade de gritar pro mundo que ama alguém, faça. E, principalmente, não esqueça do amor mais importante do mundo: o próprio. Quando se olhar no espelho a cada manhã, faça questão de lembrar que você é a pessoa mais amada do mundo. A cada conquista sua, a cada degrau que conseguir subir, lembre-se que isso é mérito seu, e portanto isso foi vitória sua e do amor que sentes por si mesmo. Porque, quando você é tomado de um sentimento que cultivou sozinho, a ponto de não caber mais dentro de si, sente uma necessidade enorme de dividí-lo com as pessoas que mais tem apreço. E isso, por fim, é o que chamamos de amor. Ame-se, primeiro. Depois, faça questão de distribuir esse sentimento tão lindo às pessoas, pois cada um de nós não só precisa como merece, essa sensação maravilhosa de amar, e principalmente, ser amado. ♥
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Boas novas me interessam
Quem é que não gosta de uma boooa novidade? Já que o diálogo é sempre baseado na mesma estrutura, do tipo: 'Oi, tudo bem comigo, e você? E aí, o que me conta de novo?'.. Não há quem não goste de uma novidade, as movimentações às coisas nos atraem, é da natureza humana, não tem jeito. Por mais que a novidade seja ruim, queremos sabê-la. Ainda que o indivíduo enrole para contar a tal novidade em função de não ser tão boa, insistimos até que fale. E por que isso acontece? Mais uma comprovação científica: o ser humano não consegue suportar a vida cercada de estagnação. Mesmo aqueles que não se relacionam muito com as pessoas de fora, em prol de saber as boas novas, fazem questão de ver toda noite o seu jornalzinho na televisão, ou comprar o jornal de manhã. Porque precisam ver uma novidade, mesmo que não tenha nenhuma mínima relação com a própria vida. Um dia percebemos que a mesmice é enjoativa, e isso causa uma sensação de grande dúvida em relação à 'O que estou fazendo nesse mundo?'. Quando caímos na rotina de tudo, e não sabemos de nada que acontece para que nos movimentemos em torno da vida, tudo se torna um estorvo. Mas por que todos não tentamos tornar cada ponto da vida uma grande novidade? Tentar inovar, mesmo. Experimentar coisas novas. Sair da mesmice, tentar renovar a mente, coisas desse gênero. Mesmo porque, melhor ainda do que ouvir uma novidade é poder contar uma. Que passou de ano direto, que conseguiu um emprego novo, que inacreditavelmente emagreceu 3kg em duas semanas, que comprou um sapato lindo na liquidação, que encontrou aquela sua amiga de anos que te contou que a ex do seu namorado tá grávida e tá uma baleia, ou até mesmo contar a evolução de algumas coisas, tipo do seu namoro, ou de uma briga, em torno disso. Nossa, a sensação é inigualável! Mas depois que você conta pra todas as suas 74 amigas mais íntimas a novidade, ela acaba. E agora? Precisamos inventar outra. Ou armar outra. Ou viver outra. Transformar um fato em novidade, pra que ele volte a ter graça. Pra que você possa rir de novo da mesma coisa, apaixonar-se novamente pela mesma coisa, orgulhar-se por ter se ajudado a renovar algo em sua vida. E como sempre acontece, é uma rotação de fatos. Portanto, tem que acontecer todos os dias. Todo dia tente fazer a diferença, ou fazer diferente. Diferente de tudo, diferente de todos. Diferente de você. Diferente do que você fez ontem .. Afinal, aquilo já não é mais novo. Nosso combustível é o movimento, a evolução, o novo. Tudo o que é novo nos interessa. Isso é tática de publicidade, inclusive. O que é velho, é passado, é conhecido, perdeu a graça. Só tem graça quando é lembrado em suas memórias. Fora isso, a inovação é o tempero da vida. Então, uma dica: renove-se. Faça de cada fato de sua vida, uma novidade. E aí, poderás ter a sensação maravilhosa de saber que você continua sendo você, com uma pequena pitada de movimento, brilho, e é claro, renovação.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Imprescindivelmente Feliz
O que é a felicidade? Como alcançá-la? O que devemos fazer para ser plenamente felizes? Parece que algumas perguntas desse gênero nos alfinetam a cada segundo, durante nossa vida. E o mais doloroso de tudo, é que não há um resposta. É uma variável, e depende das perguntas de cada um. Não há um manual, uma fórmula, um código a seguir. Sabemos que a felicidade é algo totalmente necessário para que vivamos em paz, e principalmente com saúde. Afinal, alguém já viu remédio melhor do que um sorriso? Com a felicidade você conquista TUDO. Abre portas, constrói castelos, muda coisas que nunca imaginou mudar. Mas o que te deixa feliz? Geralmente quando perguntamos às pessoas qual é seu maior sonho, a primeira resposta que vem à cabeça é: ser feliz. Entretanto, ser feliz tem seu significado? Como eu já disse, não é uma resposta geral e absoluta, que responde às perguntas de todos; cada um de nós precisa encontrar a sua própria fórmula, o seu próprio jeito de ser e fazer feliz. Há os que passam a vida esperando que a felicidade venha até nós... Esperam, esperam, esperam... Alguns morrem esperando, sem nunca terem sido felizes. Outros cansam de esperar e se entregam à profunda tristeza. Mas há outros, que se propõem a entender e encontrar essa tal dessa felicidade. Estes seres, que em minha concepção são unicamente iluminados, conseguem perceber que a felicidade reside em um lugar inacreditavelmente próximo e acessível: dentro de nós mesmos. A felicidade está dentro de cada um e ela pode ser incondicional, dependendo de cada um. Quando você a descobre dentro de si, passa a perceber que tudo à sua volta te faz feliz. Você não depende do tempo para estar feliz. Nem do dinheiro. Nem das pessoas. Nem da paisagem. Nem de realizações profissionais. É claro, todas essas coisas contribuem para o estímulo dessa felicidade, mas ela não depende de nenhuma delas. Ela é interna e única, como se fôssemos seres de luz própria. A felicidade é como o sol - aquece e ilumina, independente das coisas que estão à sua volta. Porém a tristeza é também necessária, em algumas horas da vida. Senão, seria fácil demais. Como tudo precisa dos dois lados pra funcionar, para sentir a felicidade fluir, nada melhor que sentir o gosto da tristeza. Decepções, saudades, ciúmes, raiva. Todas essas coisas, têm um único e onipotente antídoto: o sorriso. Ele resolve qualquer problema, tem o poder de mover montanhas. Mas, não é possível querer que ele venha até nós. Temos que ir em busca dele, a cada dia. A cada momento tentar enxergar as coisas boas, mesmo que o momento não seja dos melhores. Temos que fechar os olhos, sorrir, e nos concentrar num pensamento positivo de que tudo vai melhorar, se quisermos. Otimismo demais também não leva à nada, diga-se de passagem; é esse o mal das pessoas que esperam demais. O otimismo é o conforto de quem tem preguiça de buscar a felicidade... Ele induz as pessoas a pensarem que tudo vai dar certo porque o destino é assim. E aí a vida passa... Passa... E com 80 anos de idade a pessoa resolve virar o jogo e começar a sorrir pro mundo. Não que seja tarde; pelo contrário - acredito na concepção que sempre é cedo. Mas não é tão benéfico pois depois de muitos anos bate aquele arrependimento natural, aquela voz que fala ao seu ouvido sem querer, "Eu podia ter feito isso antes..", e aí já não tem mais jeito. Portanto, não é idiotice sorrir à toa. Sorrir só de ver um casal de velhinhos apaixonados. Sorrir quando um gato pede carinho acariciando sua perna. Sorrir quando um bebê vai no seu colo. Sorrir para uma pessoa com um olhar de afeto na rua, mesmo sem conhecê-la. Sorrir ao ver quão lindo é o pôr-do-sol. Sorrir contando as estrelas. Sorrir sentindo o vento no rosto. Sorrir percebendo como é incrível a luz da lua. Sorrir ao ganhar um elogio sincero. Sorrir ao sentir orgulho de si mesmo. Sorrir pensando em lembranças gostosas. Sorrir. Apenas sorrir. Sem causa, sem motivo. Sorrir é bom, é saudável, principalmente. Pois quando não há motivo pra isso, é notável que a felicidade então se torna algo independentemente constante e necessário. Quando começamos a sorrir à toa, percebemos que é tão bom, que faz tão bem, que não queremos mais parar de fazê-lo. Um dia uma sábia escritora pôs no papel uma ideia que admiro muito, e que uso também para minha vida. Eu analiso a frase todos os dias. Como uma terapia, um ritual: "Não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome muito." (Clarice Lispector); Não significa que temos que parar a vida, sentar no chão e passar todas as horas sorrindo como seres acéfalos. Logicamente não. Mas, na minha concepção essa frase tem uma sutileza muito bela, expõe o pensamento de que, não precisamos de tempo só pra sorrir. Podemos fazer isso acompanhado à outras coisas. Podemos não - devemos. Se tudo que nos propusermos a fazer, fizermos com uma boa dose de alegria, a única certeza é que no final vai funcionar. E mesmo que não funcione, poderemos ter o orgulho e capacidade de olhar pra trás, e com um enorme sorriso no rosto, dizer: eu tentei, com toda alegria que possuo no coração. Portanto, se um dia me vires sorrindo na rua sem motivo, apenas por sentir o sol batendo em meu rosto, não me pergunte o porquê. Só retribua com outro sorriso, isso será o bastante para que eu continue sorrindo por um bom tempo. Talvez esse bom tempo seja tão grande, que nunca tenha fim... Talvez esse seja o motivo do meu sorriso inicial. :)
quarta-feira, 28 de julho de 2010
O livro e a capa
Se tem uma frase comum de se escutar é essa... "Não julgue um livro pela capa". Todo mundo fala, repete, faz questão de dizer sempre; e antigamente tinha um lado mais do negativo pro positivo, quando olhamos uma pessoa de má aparência e a julgamos mal, enquanto a pessoa é de bom caráter, etc. Hoje em dia na maioria das vezes é diferente... Só é possível julgar com convicção alguém que tenhamos a oportunidade de conhecer realmente, na íntegra, por inteiro, cada defeito, cada qualidade. Depois desse processo completo podemos falar apenas a nossa opinião sobre o caráter de determinada pessoa, e não julgar como boa ou ruim, afinal, cada um tem seu jeito de ser e isso não é designado pelas opiniões alheias, mas pelas atitudes de cada um. E ninguém é melhor, nem pior... é apenas único. Mas, pra não fugir do foco, já dizia minha avó: "Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento." E não há verdade mais pura... Quantas pessoas lindas por aí, com roupas das melhores marcas, dentro dos melhores carros, dotados dos melhores salários, e que com tudo isso, não valem de nada? De que adianta ser tão bem afortunado para coisas físicas e materiais, se são pobres de espírito? Muito mais vale alguém que se encaixe dentro dos padrões normais de aparência, e seja uma pessoa constituída de qualidades, do que alguém que se mostre esteticamente perfeita, e não sirva nem pra tomar um café na esquina. Enfim, nos dias contemporâneos infelizmente vivenciamos uma ditadura que provém da aparência; só os belos têm vez na maioria dos lugares, só são bem aceitos em sua maioria quando apresentam uma estética razoável, e não importa se são dotados de uma inteligência absurda, de um caráter mágico. Hoje em dia, infelizmente, não é isso que conta. E conseguimos perceber que pessoas realmente cultas são desvalorizadas em meio ao mundo, são dificilmente aceitas e sua credibilidade por partes, em certos aspectos, é perdida por conta de sua aparência. São raros os casos e lugares onde isso não acontece; onde as pessoas têm a chance de demonstrar que são muito mais do que a face aparenta, muito mais que aquele rosto consumido pelo sofrimento e a angústia. E isso, não podemos saber. Como julgar uma pessoa se não sabemos por quais coisas ela passou, quantas peças a vida lhe pregou? E como exigimos isso dos outros hoje em dia. E como exigimos de nós mesmos. Às vezes esquecemos de nossas próprias qualidades em função de nossa aparência; seja porque não estamos usando uma roupa da grife mais cara, ou porque nosso cabelo não é liso como a sociedade exige que ele seja... Nós nos esquecemos de onde viemos, de como nosso coração é belo. De como gostamos de ajudar as pessoas, de como somos inteligentes, esforçados, dedicados, capazes. Não podemos deixar de lembrar de nossas qualidades internas, com o tempo e reconhecimento ganham força e acabam transparecendo; acontece muito de, quando olhamos alguém pela primeira vez achamos relativamente feio, e com algum tempo de convivência, quando você percebe que essa pessoa é incrivelmente encantadora, sua opinião muda e você começa a achá-la uma das figuras mais lindas que seus olhos já viram. É normal. A pessoa te conquista de uma forma que, é fácil perceber nela suas maiores virtudes, e isso acaba te abrindo os olhos de maneira a ver que a pessoa é inacreditavelmente bela. Mas, como a beleza está nos olhos de quem vê, muitas vezes é difícil de tentar parecer agradável a ponto de alguém achar bonito, dependendo desse alguém. Não adianta tentarmos forçar o que não somos para agradar ao próximo. Sempre tem alguém que se mostrará insatisfeito. Seja por inveja, ou falta de sensibilidade perceptiva, ou até por má vontade - não se pode agradar à gregos e troianos. Então, quando nos aconselham a sermos nós mesmos é por esse motivo. Você vai passar por aprovações e desaprovações que irão ajudá-lo a crescer como pessoa - mas isso você só consegue se revelar de corpo e alma que realmente você é. Tenha orgulho de si. Com suas qualidades e defeitos, seus vícios e suas virtudes. Se você é moreno, loiro, baixo, alto, engraçado, sério, inteligente, retraído... Você é lindo. Lindo porque você é único. Só você é você. Cada órgão do seu corpo é inimitável. E a beleza está na peculiaridade de cada um, só basta que não nos esqueçamos que a pessoa mais linda do mundo, é aquela que existe dentro de você.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Constantemente Mutável
Mudar. Palavra que nos cerca a cada momento de nossas vidas, a cada olhar, a cada atitude, a cada decisão. Mudanças são sempre necessárias e, querendo ou não, tudo muda, a cada instante, e por mais que não gostemos às vezes, é natural. Temos que nos acostumar com a ideia de que nada nessa vida é permanente; isso pode ser confortável quando temos algo a enfrentar, quando conseguimos emergir do problema de tal forma que conseguimos enxergar que daqui a pouco tal coisa irá passar. Até porque sempre há um ombro amigo para nos falar que tudo passa, e isso nos deixa perfeitamente confortáveis, porém não quer dizer que devemos deixar que as coisas aconteçam porque uma hora irão passar, temos que enfrentá-las sim, mas a certeza da mudança é um anestésico para que possamos tranquilizar-nos em nossa caminhada. Chico Xavier não era nenhum deus, admiro-o em alguns de seus feitos, porém, não é um de meus ídolos. Dentre as coisas que admiro, em uma de suas falas ele diz que costumava ter em cima de sua cama uma placa escrita 'isso também passa', que servia para lembrar-lhe que, se estamos passando por problemas, isso um dia vai passar, mas para não esquecer que, mesmo em momentos de intensa alegria devemos lembrar que, como nada permanece igual, a calmaria irá embora em breve. E ele nunca disse algo tão verdadeiro em toda sua ilustre vida. Impressiono-me ao lembrar de como meus pensamentos eram diferentes dos atuais, em vários aspectos. A maneira de falar, vestir, andar, pensar, julgar - TUDO. Claro que há coisas intrínsecas em nossa personalidade que mudam numa escala menos ampla, mas a maioria das coisas que nos acontece muda de maneira formidável. Enfim, essas mudanças acontecem em puro benefício da raça humana. Pois imagina se fôssemos ainda seres com a mesma cabeça que tínhamos há alguns anos? Por muitas vezes fomos seres impensantes, comparados às descobertas e invenções de hoje em dia. A mutação dá movimento à vida, as mudanças caracterizam alguma evolução, até que seja pouca; Nem sempre as mudanças acontecem pra melhor, mas elas indicam sempre algo positivo, pois as coisas ruins tendem a melhorar e, as boas, também. Na minha concepção positiva e otimista, é claro. Mudanças ocorrem a cada milésimo de segundo, e isso nos faz sentir saudades, assim como nos ajuda a querer viver mais, quando são boas essas mudanças;
Elas dão graça e movimento à vida, representam evolução e ocorrem em movimentos revolutivos, que nunca deixam que os acontecimentos fiquem estagnados. Essa é a essência. Imaginemos que todos os dias fossem iguais ... Se sempre fizesse sol, ou sempre chovesse. Se todos os dias fossem muito bons, uma hora ou outra ia perder a graça. Precisamos conhecer o ruim pra achar o bom, o escuro pra achar o claro, o salgado pra achar o doce. E as mudanças têm essa função: movimentar nossos gostos, pensamentos, atitudes, opiniões e tudo à nossa volta. Portanto, não se entristeça se estiver passando por uma fase muito ruim, e nem se acomode se estiver numa muito boa. Levante a cabeça sempre, porque o mundo dá voltas e tudo muda, a cada instante. Queira sempre melhorar, mais e mais; Por mais que já esteja tudo perfeito, nada é tão bom que não possa ser aprimorado. Tente, faça, escolha, pense, ouça, fale, se permita, e principalmente, mude.
Elas dão graça e movimento à vida, representam evolução e ocorrem em movimentos revolutivos, que nunca deixam que os acontecimentos fiquem estagnados. Essa é a essência. Imaginemos que todos os dias fossem iguais ... Se sempre fizesse sol, ou sempre chovesse. Se todos os dias fossem muito bons, uma hora ou outra ia perder a graça. Precisamos conhecer o ruim pra achar o bom, o escuro pra achar o claro, o salgado pra achar o doce. E as mudanças têm essa função: movimentar nossos gostos, pensamentos, atitudes, opiniões e tudo à nossa volta. Portanto, não se entristeça se estiver passando por uma fase muito ruim, e nem se acomode se estiver numa muito boa. Levante a cabeça sempre, porque o mundo dá voltas e tudo muda, a cada instante. Queira sempre melhorar, mais e mais; Por mais que já esteja tudo perfeito, nada é tão bom que não possa ser aprimorado. Tente, faça, escolha, pense, ouça, fale, se permita, e principalmente, mude.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Era uma vez ...
... o medo. Era ele um sentimento muito triste, e por mais que sempre estivesse acompanhado de outros sentimentos, tal como o desespero e a solidão, continuava a se sentir só. Talvez porque afastasse as pessoas. Ou talvez, porque nem dava tempo de estas se afastarem, elas simplesmente não queriam nunca tê-lo por perto. O medo vivia chorando pelos cantos, triste por estar sempre sozinho. Sabia que, mesmo que habitasse muitos corações, mais cedo ou mais tarde esses corações se veriam livres dele, pois em antagonismo ao medo existia um sentimento muito mais forte e bonito, que se chamava coragem. Era intenso, e quando invadia a alma de alguém, geralmente trazia consigo o orgulho e a felicidade, cujos sentimentos devastavam o medo sem precisar de muito tempo, e eram agradáveis a qualquer tipo de ser humano. Todos gostam de ter perto de si um sorriso que ilumine seus caminhos, e principalmente um grande percentual de orgulho que lhe dá forças para seguir em frente, portanto, o medo vivia com medo de um dia ter que abrir espaço para o tal sentimento da coragem. Mas, como sempre, havia exceções que alimentavam o medo, e não deixavam que ele fosse embora. Nunca. Ele encontrava naquele coração um abrigo, quando invadia-o com tanta força que era difícil arrancá-lo de lá; quando isso acontecia, costumava-se dizer que ele agiu com tanta intensidade que causara um trauma. O trauma é caracterizado por um medo muito forte que sentimos uma vez na vida, e em função de nossa memória psicológica, em nossos pensamentos ele habita por um bom tempo, ou às vezes, pela eternidade. Deixar traumas era o passatempo preferido do medo. Ele sabia que se juntasse suas forças para um dia conseguir fazê-lo, teria a garantia de que um dia poderia voltar a habitar naquele coração ferido, na primeira oportunidade que tivesse. A vida do medo então, resumia-se assim. Vivia triste e calado, e seu único medo era de ficar sozinho. Porém, um dia o medo conheceu uma menina. Ou uma menina conheceu o medo. Pela primeira vez ela conheceu o medo. Mas era uma menina diferente. Era forte como uma pedra, e corajosa como um leão. E tinha uma característica que só ela tinha: seu coração não era como os outros. Não era feito de carne, nem de sangue. Nem de veias e artérias. Seu coração era feito de cristal. Era frágil... Porém com um brilho peculiar, que só ela possuía, e era possível notá-lo através de seus olhos. Seu sorriso e seu olhar emanavam um brilho perfeitamente intenso e claro, que encantava a todos por onde ela passava, e consequentemente deixava marcas nos corações de todos que tinham a bela oportunidade de conhecê-la. Ela carregava consigo uma grande vontade de viver. De curtir, de amar, de sentir, de apaixonar, de ver, de sonhar... De conhecer. Conhecer o mundo, descobrir sobre tudo o que para ela mostrava-se misterioso. Como o medo. No primeiro dia em que ela se deparou com o medo, ela quis saber porque sentira aquilo. Se era tão corajosa e tão forte, por que tivera o sentimento de estar só? De desconhecer? Ou até mesmo de não ter a coragem de tentar conhecer? Porque o medo é isso. É o desconhecimento de algo. Temos medo de quase tudo aquilo que não é conhecido. Quando paramos para analisar a fundo sobre o que nos dá medo, ele se esvai. Ela parou para se perguntar porque o medo a invadia sempre que estava em plena escuridão. E depois de pensar, e pensar, e pensar, descobriu que era porque não conseguimos ver o que nos rodeia já que estamos na escuridão; Se todas as vezes que sentirmos medo sob essas circunstâncias, tivermos a coragem de levantar e acender a luz, descobriremos que o medo já não é parte de nós. Descoberto isso, ela resolveu tentar de novo sentir medo. E começou a fazer coisas que pudessem fazer com que ela voltasse a sentí-lo. Um dia resolveu fugir. Pois admitia e reconhecia que o único medo que jamais a deixava, era o medo de perder aqueles que ela amava. O medo de viver só. O medo de sentir medo. Fugiu do lugar que morava com as pessoas que ela considerava as melhores que já vira, para tentar ajudar o sentimento que sentira uma vez para nunca mais. Fugiu numa tarde de sol, e foi parar num lugar que nunca havia visto antes. Caiu a escuridão, e ela se lembrara de que havia superado este medo pois acendera a luz da última vez que isso havia acontecido. E foi escurecendo, escurecendo, escurecendo; E dessa vez, não havia luz. Não havia abajur, não havia vela, não havia nada. Apenas ela. Ela e a sua maior fonte de luz: o seu coração. Lembrara que este era constituído de um material único, que apenas pertencia à ela. A menina não admitia sentir medo da escuridão. Sabia que já o havia superado, e apenas queria voltar à sentí-lo para conversar com ele, e saber porque este sentia tanta necessidade de invadir os corações alheios. E então ela caminhou... E andou, andou, e não chegava nunca a lugar nenhum. Só encontrava-se num breu que nunca havia ido antes. Depois de muito tempo caminhando, ela se sentiu muito sozinha, e sentiu um frio repentino arrepiando todos os pelos de seu corpo. E sentiu alguém lhe dando a mão. Olhou para o lado, e não viu ninguém. Porém, sua mão permanecia grudada à outra. Perguntou quem era, e em resposta ouviu uma voz fria apresentar-se como solidão. Em seguida a voz perguntou o que uma menina dotada de um brilho tão intenso fazia sozinha no meio de tanta escuridão, e educadamente a menina respondeu que procurava pelo medo. A solidão, assustada, admirou-se pois pela primeira vez vira alguém correr atrás de seu velho amigo, o qual geralmente fazia as pessoasse afastarem. A menina explicou para a solidão que não queria mais sentir medo, nunca mais. Mas tinha ciência de que, para isso, ela precisava conhecê-lo melhor, para constatar que este não era tão ruim assim, e em consequência disso, não se deixar mais invadir por ele. Apavorada, a solidão soltou a mão da menina e se foi. Triste, a menina continuou a andar, andar, andar... E se sentiu ainda mais triste pois nem a solidão a queria por perto. Ela começou a sentir medo. Medo de não conseguir voltar, medo de ficar ali sozinha. Medo dela, medo de tudo. E então, ela encontrou o tal do medo. De tanto medo, a menina não se segurou e derramou lágrimas, e agora na companhia do desespero, gritou para o medo: " -Por que fazes isto comigo? Eu fiz alguma coisa para merecer um dia sua companhia?". E o medo, tristonho, respondeu:"- Viestes atrás de mim. Por que? Por que teve que mudar minha rotina assim? Nunca ninguém me quis por perto. Sempre afugentei a todos de minha presença. Tenho medo do que você possa querer comigo. Por isso, tenho que ficar aqui. Sentindo medo, você não terá mais coragem de procurar por mim. E essa escuridão repentina vai permanecer eterna na sua vida". A menina começara a procurar no chão algo que pudesse ajudá-la a concluir a ideia que invadira sua mente. Quando finalmente achou, aos prantos, gritou para o medo: "- Meu coração é tão nobre que não merece ter perto de si alguém como você, medo. Você é digno de sentimentos realmente tão pobres quanto você, tal como o desespero, a solidão, e principalmente a pena. Que isso lhe sirva de lição para que você não volte a habitar na minha vida, e muito menos penetre no meu coração". Sem hesitar, a menina enfiara o objeto em seu peito, e arrancara fora o seu coração. O medo escondera-se ao ver brilho tão forte e verdadeiro, tão digno de admiração. A menina sobrevivia de pé, segurando no alto o que sempre dera-lhe luz, em todos os momentos de sua vida. O cristal tinha uma luz que não se apagava por nada, até que a coragem chegou perto, tomou da menina o que tinha nas mãos e colocou de volta no mesmo lugar. Disse:"- Vieram comigo o orgulho, a emoção e a felicidade. Agradecemos todos por ajudar-nos a levar deste lugar tão triste o medo". A menina caiu no chão, fraca, sangrando, com seu coração mais frágil do que sempre fora, mas ao mesmo tempo, de alma lavada. Sentiu que cumprira sua missão aqui. Permanecera deitada, acalentada pela coragem, pelo calor de seu cristal, e pela verdade de suas lágrimas. O orgulho veio parabenizá-la, e trouxe em suas mãos um par de asas, que agora pertenciam à menina. Quando a felicidade chegara de mãos dadas com o amor, este disse à ela: "- Não precisas mais permanecer aqui. O brilho proveniente de seu sorriso iluminou à todos deste lugar e me trouxe de volta. O medo não voltará a chegar perto de nós. Você já pode ir para o lugar de onde veio, de onde mandaram-na para cá, com o objetivo de ajudar-nos. Sua missão está cumprida, pode descansar em paz". Ao final de sua fala, as asas juntaram-se à mennina de modo que fizessem parte de seu corpo, e, com um sorriso estampado no rosto, cuja expressão agora era molhada de lágrimas, porém de alegria, subiu aos céus emanando aquele brilho que só ela tinha. O brilho de seu coração, que era revestido de cristal... Mas por dentro, o que é mais importante, era repleto, recheado, feito e detalhadamente constituído de amor.
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